Fortaleza, CE

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Nossas metodologias

Nos nossos quase três anos de existência temos defendido e mantido a liberdade de experimentação para criar e consolidar metodologias de trabalho que façam sentido para as equipes envolvidas, e que também entreguem valor de forma rápida para as pessoas atendidas pelo laboratório.

Como trabalhamos com pessoas colaboradoras de vários lugares do Brasil e do mundo, as rotinas de trabalho são híbridas, mas majoritariamente presenciais, com reuniões virtuais que podem acontecer no Google Meet, no Jitsi, no Discord, ou no melhor software disponível na rede, de preferência livre.

 

Integração de Soluções Digitais

 

Uma de nossas principais metodologias, que orienta atualmente a criação de soluções digitais, é a Metodologia da Integração. Por meio dela, todos os times do laboratório trabalham juntos na resolução de um ou mais problemas, utilizando como ferramenta de apoio um único board no Zenhub, onde são planejados e registrados todos os épicos e tarefas a serem realizados nas sprints (ciclos).

A escolha desse caminho é resultado de um longo processo de amadurecimento, que moldou nossa capacidade de entrega e nossa visão de negócio. Antes dessa integração, as pessoas que atuavam no laboratório eram divididas em diferentes times de produtos, elaborados no contexto emergencial de surgimento da Covid-19 com o objetivo de atender a necessidades urgentes de enfrentamento das crises de comunicação e informação que emergiram na pandemia.

Naquela fase, as equipes trabalhavam de forma mais ou menos independente entre si. Cada produto acabava fazendo uma análise de negócios própria, e isso não era necessariamente uma questão. Mas o resultado se refletia na resolução de problemas muito específicos, relacionados à fase mais aguda da pandemia. É o caso do desenvolvimento concomitante do aplicativo iSUS e do sistema da Central de Ventiladores Mecânicos.

Contudo, quando começamos a analisar o valor que cada um desses produtos poderia continuar a entregar para a Escola, após as fases mais graves da pandemia, decidimos reestruturar os processos de trabalho, unificando os times de produtos num único coletivo, que passou a planejar as etapas e versões das soluções de forma integrada, compartilhando decisões sobre as especificidades de cada entrega.

Assim, embora cada produto ainda tenha um board (quadro) com tarefas específicas da natureza do mesmo, temos a visualização do todo em um instrumento principal, o board integrado, nos possibilitando focar mais nas histórias e jornadas das pessoas como ponto de partida do desenvolvimento.

A Metodologia da Integração é composta da aplicação de algumas etapas, que dependem da atuação essencial do time de Design, com apoio do time de Narrativas e do time de Projetos: o diagnóstico de problemas, que permite a compreensão dos desafios a serem enfrentados e uma priorização dos mesmos; a realização de uma Inception de produto, que basicamente define o que o produto é e não é, o que ele faz e não faz; encontros de refinamento para definição do escopo; projeção de entregas com distribuição em sprints; prototipação com uso de programação; realização de testes e validação; implementação; feedback; e monitoramento.

 

Entrega em fatias

 

Nessa lógica integrada, além do esforço unificado de todos os times na definição de estratégias, a resolução das dores é realizada a partir da visão ampliada do contexto, com o entendimento de como uma dor se relaciona com outras também diagnosticadas no processo. Como peças de uma grande quebra-cabeças, ou fatias de um bolo, como costumamos ilustrar, a equipe consegue traçar o roadmap (mapa do percurso) das entregas a serem feitas progressivamente, permitindo que um problema comece a ser mitigado desde a entrega da primeira fatia, gerando de imediato melhorias na vida das pessoas que usam as soluções.

A metáfora da fatia de bolo ganha significado quando reconhecemos que cada pedaço representa todos os elementos presentes no bolo inteiro, enfatizando a possibilidade das pessoas receberem valor, poderem usar e se beneficiar da entrega desde a primeira fatia. Um conceito que não deve ser confundido com o chamado Mínimo Produto Viável (MVP), definição melhor aplicada para a entrega inicial de um produto novo. Nos casos em que aprimoramos e aperfeiçoamos um produto já existente, o conceito de MVP é menos aplicável.

Assim, os achados nos feedbacks e sugestões colhidas durante o processo contribuem com a evolução contínua de cada solução, em todas as etapas de seu desenvolvimento, em uma perspectiva integrada.

 

Vantagens da Metodologia da Integração

 

  • Colocar em prática as oportunidades identificadas durante as jornadas de inovação, mantendo o foco no valor para a pessoa usuária; 
  • Compreender que as pessoas são as autoridades na dor, mas não necessariamente na solução. Mais do que dar às pessoas os “medicamentos” que elas querem ou imaginam, conseguimos entender e elaborar o que eles realmente precisam;
  • Orientar o desenvolvimento dos produtos de forma estratégica para produzir entregas coerentes aos usuários; 
  • Promover interação e troca de conhecimento entre os especialistas de cada produto, o que resulta em uma curva de aprendizado mais rápida para as pessoas que vão utilizar a solução; 
  • Educar/preparar mais membros da equipe técnica para terem maior autonomia e conhecimento sobre as várias soluções; 
  • Melhorar a percepção do Felicilab sobre as lacunas de soluções que precisam ser desenvolvidas; 
  • Promover interação e troca de conhecimento entre os especialistas de cada produto;
  • Distribuir conhecimento no time técnico, desenvolvendo especialistas em integração de soluções digitais;
  • Disponibilizar às comunidades de práticas e às pessoas em geral o acesso a todas as nossas atividades por meio de consulta aos nossos repositórios abertos.